09/06/2016

ÁREA PERMEÁVEL – COBERTURA VEGETAL!

Lembram que no último post falamos de algumas regras para construir em seu lote? Bom, para continuarmos evitando dor de cabeça vale a pena entendermos também sobre área permeável e a necessidade da mesma em todos os terrenos da cidade.

Permeabilidade é a capacidade de absorção da água da chuva pelo solo, por isso, área permeável é aquela destinada à cobertura vegetal (grama, jardim).

Segundo o Plano Diretor do Município de Goiânia é necessário que se destine no mínimo 15% da área do terreno para a permeabilidade, ou seja, se o terreno possui 300 m² é necessário que 45 m² sejam destinados à cobertura vegetal. Essa informação você também encontra no Uso do Solo emitido pela Prefeitura do Município.

 Art. 128. Fica estabelecido o Índice de Permeabilidade mínimo de 15% (quinze por cento) 
da área do terreno, para todos os lotes e glebas da Macrozona Construída.

Além desses 15% de área permeável, foi decretado em Goiânia (Decreto 546 de 24 de Fevereiro de 2015) que todas as construções devem possuir um poço de infiltração ou de recarga do lençol freático. Esse poço é construído com o intuito de aumentar ainda mais a permeabilidade do terreno e agilizar o escoamento da água da chuva. 

Mas isso é realmente importante? Sim!! Essas exigências garantem a drenagem da chuva em toda a cidade. Não é de hoje que temos notícias de alagamentos nas cidades. O asfalto, as calçadas e as construções em geral tornam o solo impermeável e a água da chuva não tem para onde escoar. E para onde vai toda essa água então? Muitas vezes vai direto para a canalização de água pluvial ou corre pelas ruas até chegar nos rios. Os rios que cruzam as cidades acabam recebendo muita água em pouco tempo e por isso transbordam, inundando regiões próximas à várzea e trazendo vários outros problemas como a inundação. É justamente para evitar esse problema que temos que pensar na permeabilidade do solo nas cidades, assim, na época das chuvas, teremos uma cidade capaz de distribuir a água entre os rios e os lençóis freáticos evitando assim uma rede de problemas.

 
"Várzea é aquela área de terra lateral aos rios em que quando chove demasiadamente é inundada, todo o rio tem sua área de várzea e quanto mais plana é a área, mais a água transborda, sendo um processo natural. O que não é natural é a ocupação desta área de alagamento e a impermeabilização do solo que contribuem para as grandes enchentes urbanas." Conforme o site!

Você com certeza ouviu falar que o maior causador de inundações é o lixo que se acumula em bueiros e não permite a canalização da água da chuva, certo? Certo! Confirmo que isso é realmente um problema enorme! Mas se pensarmos de maneira ampla vemos que esse acúmulo de água poderia ter sido diminuído por outro tipo de drenagem, que é exatamente a drenagem do solo, quando este é permeável. Muitas pessoas pavimentam o local destinado ao jardim, isso torna o escoamento impossível e o alagamento inevitável. 

Para aquelas pessoas que preferem “cimentar” toda área externa porque acham difícil cuidar de um jardim ou simplesmente porque não gostam de áreas verdes preciso dizer que os benefícios de manter um jardim vão além da exigência de área permeável. O jardim torna o ambiente mais agradável pois fornece sombra natural e refresca a casa -  lembrem-se da temperatura média de Goiânia! Melhor economizar no ar condicionado, não é mesmo? Mas, para aqueles que são irredutíveis, existem soluções no mercado para pavimentar o quintal e ainda assim permitir a permeabilidade do solo. Confira algumas dicas:


Goiânia é uma  das cidades mais verdes do Brasil, é rica em arborização, possui diversos parques, bosques, canteiros e ainda conta com áreas de preservação ambiental. Mais uma vez dividimos a responsabilidade de cuidados. Cabe ao poder público proteger as áreas verdes da degradação, manter a limpeza de bueiros e o funcionamento da tubulação pluvial; e cabe a nós mantermos Goiânia limpa e entendermos a importância da permeabilidade em todas as partes da cidade.

Pense bem antes de imprimir! Muitas vezes não é necessário, não é mesmo?



06/06/2016

Planejar a cidade é cuidar do meio ambiente


Com o objetivo de chamar atenção para o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, o Conselho iniciou nesta quarta, dia 1º, a veiculação de uma nova campanha de rádio. Os anúncios irão ao ar até o próximo dia 10, na Executiva (92,7 FM).
Sob o mote “planejar a cidade é cuidar do meio ambiente”, um dos áudios trata da mobilidade, lembrando da necessidade de o planejamento urbano promover modos de deslocamento a pé e de bicicleta. “Para estimular essas alternativas, é preciso garantir calçadas adequadas e árvores, que promovem sombra e conforto ao trajeto”, diz o anúncio. O segundo spot diz respeito ao cuidado com os recursos hídricos. Isso porque é possível preservar rios e córregos com o adequado abastecimento de água potável, além da coleta e do tratamento de esgoto. Leia a matéria completa!

31/05/2016

Recuos e afastamentos – Por que existem?

Como arquiteta ouvi muitas pessoas dizendo: “O lote é meu, faço o que quiser! ”. Não funciona bem assim. Vivemos todos em uma sociedade, e existem legislações a serem cumpridas. O Código de Edificações é uma dessas legislações que determinam certas regras.

Para elaboração de projeto de arquitetura o arquiteto deve ter em mãos o Uso do Solo. Dentre as informações constantes neste documento estão as indicações de uso do terreno em questão, bem como o recuo e afastamentos que deverão ser atendidos em projeto para aprovação do mesmo junto à prefeitura.

O que é?

Plano Diretor do Município de Goiânia
V – Recuos ou afastamentos, que designam as distâncias medidas entre o limite externo da projeção horizontal da edificação e a divisa do lote, classificados em:

a) Recuo frontal (R Frontal) medido em relação ao alinhamento ou, quando se tratar de lote lindeiro a mais de um logradouro público, todos os alinhamentos;
Nota:
Regulamentado pelo Art. 13 do Decreto Nº 1.085 de 05/05/2008: “Em lote de esquina com face voltada para área verde o recuo frontal obrigatório incidirá a partir do limite da área verde com a via pública”
b) Recuo lateral (RL), medido perpendicularmente em relação à divisa lateral do lote;
c) Recuo de fundo (RF), medido em relação à divisa de fundo do lote.


Fonte: http://pt.slideshare.net/CampinasQueQueremos/6-luos-recuo-53807283

O recuo frontal é primeiramente destinado para uma futura ampliação da via de circulação, mas se tornou muito importante para a ventilação e iluminação das edificações. O fato das casas ou comércios estarem distantes do muro também proporciona privacidade e segurança. 

Veja o exemplo dessa casa construída na Marginal Cascavel (Avenida C-6) em Goiânia. A casa está construída no recuo frontal, as janelas ficam junto à calçada, a privacidade e a segurança da casa ficam prejudicadas.

Em Goiânia o recuo frontal predominante é de 5,00m, mas, como dito anteriormente, o documento de Uso do Solo irá informar o recuo a ser atendido. Dentre algumas determinações quando se trata de comércio, o recuo frontal pode ser usado para estacionamento.

Para que serve?

Os afastamentos laterais e de fundo surgiram para garantir a salubridade das edificações, visto que as janelas estão, na maior parte das vezes, voltadas para as laterais e ambientes mal ventilados ou sem ventilação tornam-se propícios ao surgimento de fungos o que causa doença respiratórias. Além disso, o afastamento lateral garante a segurança da edificação em caso acidentes: O fogo se propaga de uma edificação a outra caso estejam coladas, se um prédio cai ou precisa ser demolido prejudica a estrutura daquele que está construído junto às laterais.
Os afastamentos são importantes também para garantir a ventilação da cidade como um todo. Parece exagero? Imagine uma rua com prédios de 10 andares cada um, todos colados uns aos outros, consegue imaginar o imenso paredão que se forma? As cidades mais antigas conseguiram perceber isso na prática, como é o caso da Avenida Atlântica no Rio de Janeiro. As novas legislações tentam garantir maior conforto à toda a cidade. Os afastamentos garantem o equilíbrio entre espaços construídos e espaços vazios de cada lote, além de facilitar a aeração e insolação de toda a cidade. Não tem como fazer um projeto de arquitetura sem pensar no impacto urbanístico.


“Paredão” de prédios na Avenida Atlântica no Rio de Janeiro

O Código de Edificações de Goiânia, anteriormente, estabelecia a altura que o edifício poderia ter para que não se perdesse o conforto urbanístico da cidade. Hoje a legislação condiciona a altura do edifício ao afastamento: quanto mais alto o prédio, maiores deverão ser o recuo frontal e os afastamentos.

Como já mencionamos as leis existem para organizar, mas muitas vezes não são obedecidas. Vejo muitos casos onde o cidadão, logo após a liberação do “Habite-se” (documento dado pela prefeitura que permite o uso do imóvel como moradia atestando que a edificação está conforme o projeto aprovado, atualmente denominado Certidão de Conclusão de Obra) para cobrir o recuo frontal para obter um espaço extra. Infelizmente é muito comum. Dê uma olhada em seu bairro.
São muitos os comerciantes em Goiânia que reclamam da dificuldade de acesso de seus clientes devido à proibição de estacionar em vários pontos da cidade, mas os mesmos não oferecem estacionamento próprio (Sequer projetam para tal fim) e pior, ocupam todo o recuo frontal, diminuindo as chances de estacionamento. Veja alguns exemplos em Goiânia:


Avenida Contorno, Setor Norte Ferroviário – Os comércios ocupam todo o recuo frontal obrigando o cliente a estacionar na rua o que dificulta a fluidez do transito e o acesso do cliente ao estabelecimento.

Avenida T-63, Jardim América – Alguns comerciantes optaram por abrir espaço de estacionamento na própria calçada depois que ficou proibido o estacionamento na avenida em função do corredor de ônibus.

Avenida Castelo Branco, Setor Rodoviário – A maior parte dos comerciantes dessa avenida optaram por deixar o recuo frontal para estacionamento. Se trata de uma avenida comercial, caso não existisse a possibilidade de estacionamento o transito estaria muito prejudicado.

Da mesma forma que o projeto precisa ser aprovado pela prefeitura para que se possa construir, existe também o trabalho de fiscalização que tenta garantir a execução da obra conforme projeto aprovado. Mas a cidade é grande e os profissionais são poucos, é importante que a população se conscientize da necessidade das regras para construção para que todos nós tenhamos um espaço urbano de qualidade.

Você pode encontrar muito conteúdo online! Aqui  estão os links para alguns deles!



Pense bem antes de imprimir! Muitas vezes não é necessário, não é mesmo?






26/05/2016

Acessibilidade Universal

A imagem de uma pessoa em uma cadeira de rodas é, com certeza, a primeira que vem a nossa mente quando falamos ou ouvimos sobre acessibilidade. Mas a figura de um cadeirante resume completamente esse conceito? Obviamente que não. Assim como outros direitos básicos, o livre acesso e a locomoção com garantia de autonomia do indivíduo previstos em nossa Constituição seguem o princípio da universalidade. Diante disso, ter acessibilidade não se restringe a uma parcela de 6,2% da nossa população, conforme preconiza o IBGE. Se não vejamos, uma grávida, uma criança pequena, um idoso, todos em sua plena saúde física e mental, têm menos direito a se locomover com segurança e autonomia pelas ruas da cidade, ou em seu condomínio, ou na sua casa?


Texto de Paulo Renato Alves

24/05/2016

Calçada - Caminho Livre!

Calçada


Calçada é a parte da via pública que cabe aos pedestres, por isso ela deve ser acessível, ou seja, deve ser percorrida sem obstáculos por qualquer pessoa, independente de necessidades especiais.

Você sabia que a calçada é de responsabilidade do proprietário do lote ao qual ela pertence? Pois é, muita gente não sabe disso, inclusive alguns proprietários. Cabe ao poder público informar e orientar sobre normas, leis, construção e conservação das calçadas.

Cada município segue leis específicas para a construção de calçadas, não é diferente em Goiânia. As leis para construção de calçada devem ser aplicadas já na aprovação do projeto da edificação do lote, mas infelizmente isso não garante sua execução correta. A própria prefeitura não garante a acessibilidade em alguns pontos, como mostra a foto da Avenida Areião e na Avenida Horácio Costa Silva. Já em outros pontos a prefeitura executa até mesmo calçadas de particulares para garantir o acesso, como aconteceu na Rua 10, Setor Leste Universitário, onde foi instalado um corredor de ônibus.


                                               Avenida Areião – Goiânia – GO
 Faixa de pedestres na Avenida Horácio Costa Silva: Não possui acesso nem calçada nas praças ou na ilha.

Calçada e ponto de ônibus na Rua 10, Setor Leste Universitário

Leis, Normas e Manuais

Para conhecer melhor as leis que regem a construção e conservação das calçadas indico o PLC 2014 – “Lei das Calçadas”, que traz a matéria específica e o Estatuto do Pedestre, que estabelece os direitos e deveres dos pedestres no município de Goiânia. Destaco aqui alguns dos direitos dos pedestres: “de ir e vir; de circular livremente em calçadas limpas, conservadas, com piso antiderrapante, em inclinação e largura adequadas à circulação e mobilidade, livres e desimpedidas de quaisquer obstáculos, públicos ou particulares”. Por aqui percebemos que ainda temos muito trabalho pela frente!

Outro importante material que orienta o assunto é o Manual da Calçada Sustentável, projeto desenvolvido pela Prefeitura de Goiânia em parceria com o CREA-GO e a ADEMI-GO. O Manual mostra não apenas os critérios técnicos para se executar uma calçada acessível, mas também a preocupação quanto à arborização e à drenagem urbana.
Segundo o Manual, a calçada sustentável tem o objetivo de melhorar a utilização do espaço público, atendendo às normas que regulam a construção e manutenção das calçadas de modo a garantir a acessibilidade, a permeabilidade do solo, a arborização e a implantação de equipamentos e mobiliário urbano adequado. Para que essa garantia seja cumprida o Manual propõe uma calçada que tenha três faixas distintas:
  • Faixa de serviços - para arborização e equipamentos necessários ao funcionamento das cidades como postes, lixeiras e etc.,
  • Faixa livre - para a circulação de pedestres,
  • Faixa de acesso – destinada ao acesso à edificação correspondente.
Exemplo de calçada com 2,80m
Fonte: Manual da Calçada Sustentável de 2012

Goiânia ainda está longe de atingir uma porcentagem alta de vias acessíveis, mas é preciso reconhecer bons exemplos. Algumas construtoras resolveram adotar a prática da calçada acessível como uma maneira de agregar valor ao empreendimento enquanto que novas empresas estão surgindo e se especializando em adaptar calçadas e edificações para garantir a acessibilidade. Quanto mais essa iniciativa cresce mais acessível se torna a cidade!



Você pode encontrar muito conteúdo online! Aqui  estão os links para alguns deles!



Pense bem antes de imprimir! Muitas vezes não é necessário, não é mesmo?





28/07/2011

ARQUITETURA

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A arquitetura (AO 1945: arquitectura) (do grego αρχή [arkhé] significando "primeiro" ou "principal" e τέχνη [tékhton] significando "construção") refere-se à arte ou a técnica de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Neste sentido, a arquitetura trata destacadamente da organização do espaço e de seus elementos: em última instância, a arquitetura lidaria com qualquer problema de agenciamento, organização, estética e ordenamento de componentes em qualquer situação de arranjo espacial. No entanto, normalmente a arquitetura associa-se diretamente ao problema da organização do homem no espaço (e principalmente no espaço urbano).

A arquitetura como atividade humana existe desde que o homem passou a se abrigar das intempéries. Uma definição mais precisa da área envolve todo o design (ou seja, o projeto) do ambiente construído pelo homem, o que engloba desde o desenho de mobiliário (desenho industrial) até o desenho da paisagem (paisagismo), da cidade (planejamento urbano e urbanismo) e da região (planejamento regional ou Ordenamento do território). Neste percurso, o trabalho de arquitetura passa necessariamente pelo desenho de edificações (considerada a atividade mais comum do arquiteto), como prédios, casas, igrejas, palácios, entre outros edifícios. Segundo este ponto de vista, o trabalho do arquiteto envolveria, portanto, toda a escala da vida do homem, desde a manual até a urbana.

ÁREA PERMEÁVEL – COBERTURA VEGETAL!

Lembram que no último post falamos de algumas regras para construir em seu lote? Bom, para continuarmos evitando dor de cabeça vale a pena ...